Curiosidades do Egito!!!
O beijo entre os homens
Em público, os beijos entre casais são proibidos. A desobediência a essa lei pode levar o indivíduo à delegacia de polícia. Ou à casa do pai da moça, para explicações, se ela não for casada.
Enquanto é proibido o beijo entre casais, para não despertar "imaginações impuras", é comum o beijo entre os homens: três beijinhos na face, às vezes bem molhados... O adido militar, na primeira vez em que se apresentou às autoridades militares egípcias, ficou corado de vergonha, todo vermelho, quando um general sapecou um beijo em seu rosto. Um não, três... Mas esses beijos entre os homens não chegam a causar a mesma estranheza no Ocidente como aqueles beijos na boca tipo "desentupidor de pia" de antigos figurões soviéticos, que as manchetes estamparam em volta do mundo.
Existe o costume egípcio de os homens andarem de mãos e braços dados. Às vezes, só com o dedo "mindinho". Víamos, no início, com bastante surpresa oficiais ou praças, tanto das Forças Armadas quanto da Polícia, andarem de braços dados, mesmo fardados.
Depois nos acostumamos com isso e eu não via nenhum mal em meu filho Wagner, às vezes, em plena rua, quando fazíamos as costumeiras caminhadas pelo Cairo, também me dar seu braço. Era um sinal de aconchego e amor filial que eu não podia negar só por causa dos nossos costumes diferentes no Ocidente.
As moças egípcias, em princípio, casam virgens. Não é permitido à moça solteira manter conversa com homens. Nas escolas, os meninos sentam em bancos separados das meninas. Segundo os árabes, "a mulher é uma flor tenra que precisa ser preservada". Por isso o uso do purdah (véu), que esconde os cabelos das mulheres. A mulher muçulmana casada, no Egito, não mostra seus cabelos a não ser para o marido e pessoas da família.
Há a nequab, uma vestimenta islâmica que cobre as mulheres da cabeça aos pés, usada por uma quantidade razoável de mulheres no Egito, mas que não é normal. Com essas vestimentas, apenas são vistos os olhos das mulheres. A gente as chamava de "mascaradas", algumas até apresentando figuras grotescas, quando colocavam óculos "fundo de garrafa" por sobre a "máscara". Dava até para se assustar, quando encontradas, inopinadamente, numa dobra de esquina.
É bom lembrarmos que há 50 anos atrás, no Brasil, as mulheres também andavam com vestidos longos, até os calcanhares, e com véus nas cabeças. E a cor predominante era a preta, como posso ainda hoje observar em uma foto de minha avó junto com minha bisavó. Como as mulheres ocidentais mudaram de traje em tão pouco tempo...
Há muitos egípcios que se vestem como os ocidentais, tanto homens quanto mulheres. Mas é grande o número de egípcios, de ambos os sexos, que vestem as longas túnicas, as galabeyias, principalmente os da classe mais pobre, como os beduínos que vêm do interior. Talvez agora tenha aumentado o número de mulheres com vestidos longos, pela imposição dos fanáticos muçulmanos fundamentalistas. Enquanto Muamar Khadafi, da Líbia, se veste espalhafatosamente, cheio de panos esvoaçando ao vento, o Presidente egípcio, Hosni Mubarak, nunca é visto usando uma galabeyia.
Há mulheres que vestem galabeyias pretas, que é uma demonstração de fidelidade ao marido. O desconforto deve ser imenso, pelo calor que provoca. O ideal seria usar túnica branca, como os sauditas, que reflete a luz e, portanto, o calor. Era comum vermos mulheres, aos bandos, todas vestidas de preto. O que levou nossas crianças a comentarem: "Olha só, quantas Perpétuas!" (da novela Tieta).
Antes da ocupação francesa, todos os egípcios usavam barba e bigode. Como os franceses tinham o rosto escanhoado, o antigo costume começou a cair em desuso, embora com alguma resistência.
Antigamente, uma punição exemplar para os egípcios era cortar seu bigode à força, o que causava uma vergonha enorme. No tempo dos mamelucos, homens sem bigode não eram tolerados a entrar nas cortes de justiça e criminosos eram forçados a raspar o bigode e mandados a andar no lombo de burros, de costas, pelas ruas da cidade, para aumentar a vergonha.
Observa-se, ainda hoje, no Egito uma grande quantidade de homens que cultivam seu bigode com bastante esmero. Geralmente são bigodes enormes, como os do ex-jogador de futebol Rivelino. Quanto à barba, esta é hoje cultivada, principalmente, pelos sacerdotes coptas e pelos fundamentalistas islâmicos.
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