Mitologia Egípcia!



Os egípcios eram politeístas. Adoravam vários deuses, em cerimônias patrocinadas pelo estado ou pelo povo. Geralmente os deuses possuíam formas de animais (zoomorfismo) ou uma mistura de homem e animal (antropozoomorfismo).
Os nomes no período Pré-DinÁstico possuíam deuses pessoas representados por animais da região, como falcões, hipopótamos, crocodilos, leões, chacais e etc.
Com a unificação do país, os deuses locais passaram a conviver com novos deuses cultuados em toda a extensão do reino.
 O deus mais importante era Rá, considerado como o criador do Universo. Quando a capital do império passou a ser Tebas, Amon, o deus protetor dos tebanos e Rá passaram a ser um só deus, chamado Amon-Rá. Logo depois vem os mais populares: Osíris, Ísis, Hórus, Ptah, Hator, Anúbis e Toth.
Antiga religião egípcia (ou mitologia egípcia) é o nome dado a religião praticada no antigo Egito desde o período pré-dinástico, a cerca de 3.000 anos a.C. até o surgimento do cristianismo. Inicialmente era uma religião politeísta por crer em várias divindades, como forças da natureza. Ao passar de séculos, a crença passou a ser mais diversificada, sendo considerada henoteísta, porque acreditava em uma divindade criadora do universo, tendo outras forças independentes, mas não iguais a este.
Também pode ser considerada monoteísta, pois tinha a crença em um único deus, as outras divindades eram neteru (plural de neter), o que podem ser chamados de "anjos de deus", o que seriam vários aspectos de um mesmo deus. A religião era praticada em templos e santuários domésticos. A religião ainda é praticada atualmente, porém com minorias.
O kemetismo é uma reconstrução neopagã da religião ainda praticada atualmente.

Cosmologia e criação:

No princípio emergiu das águas uma ilha, e nela havia um ovo, do qual saiu Rá, iluminando todas as coisas. Todos os outros deuses seriam filhos de Rá (Nut, Chu e Geb).
A deusa Nut se casou com Geb em segredo. Depois de algum tempo, Rá descobriu o que tinha acontecido, e ficou furioso com Nut. Como castigo tornou Nut estéril. Com isso Nut usou sua criatividade desafiando Thot, em um jogo de dados. Com sua vitória, consegui que Thot acrescentasse cinco novos dias ao calendário de 360 dias. Com os novos dias, que não eram vigiados por Rá, teve seus filhos: Osíris, Ísis, Set e Néftis.
O princípio do universo é a formação única de Deus, que não se fez do nada, e sim, autocriou seus aspectos. Os aspectos de Deus, como dito anteriormente, chamam-se neteru (no singular: neter no masculino e netert no feminino). Tudo vem a início de um líquido infinito cósmico chamado Nun (Nu ou Ny), este é o ser subjetivo. Quando esse líquido se autocria e torna-se real, é Atum, o ser objetivo.
Essa passagem é semelhante a passagem de inconsciente para consciente do ser humano. Atum criou uma massa única universal, que deu origem há uma explosão (Big Bang), porém pré-planejada. Mas o universo era formado apenas por nêutrons, sem elétrons ou prótons.
Os próximos neteru a serem gerados eram Geb e Nut, que criaram os dois ambientes da Terra: o céu e a terra (plana). Estes também deram origem aos quatro neteru da vida: Osíris, Ísis, Seth e Néftis. Osíris criou a vida no além e todo o processo de jornada até o céu. Ísis é responsável por todos os seres vivos. Seth representa os opostos, mas também coisas más, como ódio e caos. Néftis representa o deserto, a orientação, e o ato de morte.
A história desses quatro neteru é a origem do próximo a ser gerado. Lembrando que as próximas histórias são semelhantes aos humanos porque esses neteru eram de espécies bem próximas aos humanos. Existem milhares de versões, no geral a história é a seguinte: Osíris era o neter que criou o ciclo de vida e morte, por isso governava a terra. Seth, movido a inveja, resolveu armar uma forma de matá-lo. Então, de forma incerta, provavelmente mostrando outra intenção, o trancafiou em um caixão e jogou no Nilo para se perder e ninguém nunca achar. Néftis percebeu isso e avisou Ísis, quando começaram a procurar e encontraram um caixão, e recuperaram Osíris. Seth como era uma forma do mal, esquartejou a forma material de Osíris em 40 pedaços e espalhou-os por todo o deserto e no Nilo. Ísis, depois de muito tempo, conseguiu encontrar todos eles, exceto o pênis, que foi devorado por três peixes.
Então, Osíris uniu-se a Ísis e gerou um filho, a primeira ideia de "imaculada concepção", ela ficou conhecida com "Virgem Ísis". O filho era Hórus, o herdeiro que então lutou contra Seth, perdendo um olho na batalha, mas consegui vencê-lo. Esse olho ficou conhecido como "Olho de Hórus", que foi reconhecido como símbolo de proteção pelos egípcios.Hórus também era conhecido como o "salvador da humanidade". Depois disso, Seth se tornou um neter menor. Também há histórias dizendo que Hórus encarnou na terra e mostrou ensinamentos à humanidade. Ele seria guiado pela estrela Sirius e presenteado em seu nascimento por três reis, que seriam representados pelas Três Marias. Também fez milagres na terra, como andar sobre as águas do Nilo. Em outra versão, teria ressuscitado um homem chamado El-Azar-Us. Foi morto pelo faraó (por inveja deste) e também teria ressuscitado alguns dias depois. Fora da terra, teria se casado com Hathor.

O culto dos animais:

O culto aos animais existiu no Egito desde épocas remotas, mas vulgarizou-se na época do Império Novo. Determinados animais, como o boi ou o gato, eram considerados manifestações da divindade.
O culto era orientado não a todos os animais da mesma espécie, mas a um, identificado como divino pelo fato de possuir uma marca distintiva.
Eram colocados em jaulas junto aos templos, sendo alvo de um culto entre o povo e de atenções especiais na sua alimentação e conforto. Quando morriam estes animais eram mumificados e enterrados em necrópoles próprias.

O julgamento dos mortos:

Pesagem das almas no Livro dos Mortos. O coração é pesado contra a pluma da verdade, enquanto o monstro Ammut espera para devorar o coração se necessário.
Pormenor de uma pesagem das almas o morto chegaria a uma grande sala de justiça, onde para além de Deus Osíris, estavam quarenta e dois juízes com cabeça de animal e um faca na mão. O morto fazia então a chamada "confissão negativa" através da qual proclamava não ter roubado, matado, cometido adultério, etc. O seu coração era colocado sobre uma balança e pesado contra uma pena, o símbolo de Maet. Se tivesse o mesmo peso era considerado inocente; em caso contrário seria lançado a Ammut, um monstro que era parte leão, parte hipopótamo e parte crocodilo, que devorava o coração. A alma justa entrava num local idílico; para os habitantes do Delta esse local eram os Campos Elíseos (Sekhet-hetepet), onde a Primavera era eterna. Os mortos teriam um vida agradável, desempenhando a mesma função que tinham na terra.
O culto dos mortos
Nos primeiros tempos da história egípcia a possibilidade de uma vida depois da morte estava reservada ao faraó, tendo a partir da V dinastia se verificado uma democratização desta concepção, que passou a abranger toda a população.
Contudo, para permitir o acesso e a continuação nessa vida, era necessário que o corpo estivesse preservado, o que explica o recuso à mumificação.

A mumificação:

Nos primeiros tempos os Egípcios praticaram uma mumificação "natural": os cadáveres era envoltos em peles de animais e enterrados no deserto, onde a secura os conservava.
Progressivamente desenvolveram uma mumificação artificial que atingiu a perfeição no Império Novo.
Os trabalhos de embalsamento eram realizados na margem ocidental do Nilo, longe das habitações, em tendas e depois em salas conhecidas como "Belas Casas" ou "Casas da Purificação".
Os trabalhos eram vigiados por sacerdotes que usavam máscaras que reproduziam a cabeça de Anúbis, deus dos mortos.
Depois de velado pelo falecido, a família encontrava-se com os embalsamadores que mostravam os vários tipos de mumificação. Uma vez escolhido o modelo, conforme as possibilidades económicas da família, os profissionais começavam o trabalho.
Conhece-se hoje o processo de embalsamento graças ao relato de Heródoto, já que os Egípcios não deixaram qualquer tipo de descrição sobre esta técnica. No essencial a ciência moderna confirmou o relato.
Segundo o historiador grego a técnica mais nobre, que pretendia reproduzir o embalsamento que tinha sido feito sobre Osíris, começava com a extração do cérebro pelas narinas, com a ajuda de um gancho de ferro. Com uma faca de pedra da Etiópia fazia-se um corte na ilharga, por onde se retiravam os intestinos. A cavidade abdominal era limpa e lavada com vinho de palma e com substâncias aromáticas.
O ventre era cheio com uma mistura de mirra e canela, sendo cozido. O cadáver era depois mergulhado num banho de natrão (silicato de soda e alumínio), onde permanecia durante setenta dias; a partir do Império Médio sabe-se que os profissionais recorreram ao pó de natrão, que se achava num vale desértico. Terminado este período, o corpo era lavado e envolto em faixas de pano revestidas com resinas. Começava-se pelos dedos das mãos e dos pés, seguindo-se o envolvimento das extremidades, do tronco e da cabeça. Fazia depois um envolvimento geral de cima para baixo e outro de baixo para cima. Durante todo este processo eram recitadas fórmulas mágicas e colocados amuletos entre as faixas, como o Olho de Hórus e o "nó de Ísis". O corpo era então entregue aos familiares, que o colocavam num caixão que com a forma do corpo humano.
Outra técnica de embalsamento não retirava os órgãos internos, limitando-se a injectar pela boca óleo de cedro, tapando-se a boca. O corpo era depois colocado no banho de natrão, onde permanecia também setenta dias. Terminado este período, retirava-se do banho e deixava-se sair o óleo, dissolvendo as vísceras. A terceira técnica injetava um purgante que limpava os intestinos e colocava o corpo no banho de natrão. Os mais pobres limitavam-se a enterrar os seus embrulhando os corpos nas peles dos animais e enterrando-os nas areias.
Os órgãos que tinha sido retirados do corpo (intestino, fígado, estômago e pulmões) eram mumificados à parte e colocados cada um em vasos especiais, denominados hoje em dia como canopos.

A MORTE:

Os egípcios acreditavam que o ser humano era formado por Ka (o corpo) e por Rá (a alma). Para eles, no momento da morte, a alma (Rá) deixava o corpo (Ká), mas ela podia continuar a viver no reino de Osíris ou de Amon-Rá. Isso seria possível somente se fosse conservado o corpo que devia sustentá-la. Daí vinha a importância de embalsamar ou mumificar o corpo para impedir que o mesmo se descompusesse. Para assegurar a sobrevivência da alma, caso a múmia fosse destruída, colocava-se no túmulo estatuetas do morto.
O processo de mumificação acontecia da seguinte maneira: o sacerdote abria o corpo do morto ao meio tirando seus órgãos moles (os órgãos que apodrecem rápido). Depois cortava o nariz de forma que pudesse retirar o cérebro com um gancho especializado. O sacerdote colocava dentro do corpo do morto alguns medicamentos. Após todo o ritual, o sacerdote amarrava uma espécie de pano que ajudava a conservar o corpo.
Anúbis era o deus egípcio associado a mumificação e rituais fúnebres; aqui, ele atende a uma múmia. Dentro das pirâmides ficavam os bens do morto. Os egípcios colocavam nas pirâmides tudo que eles achavam que poderiam reutilizar na outra vida (móveis, jóias, etc). O túmulo era como uma habitação de um vivo, com móveis e provisões de alimentos. As pinturas das paredes representavam cenas do morto à mesma, na caça e na pesca. Eles acreditavam nos poderes mágicos dessas pinturas, pois achavam que a alma do morto se sentia feliz e serena ao contemplá-las. A alma do morto comparecia ao Tribunal de Osíris, onde era julgada por suas obras, para ver se podia ser admitida no reino de Osíris.
Os antigos egípcios também acreditavam que os túmulos eram moradias de eternidade. Para melhor proteger os corpos, as múmias eram colocadas em sarcófagos bem fechados. Os faraós, os nobres, os ricos e alguns sacerdotes construíam grandes túmulos de pedras para garantir a proteção dos corpos contra ladrões e profanadores, aqueles que invadem lugares sagrados ou câmaras funerárias. Eram feitos para garantir a longa espera no tempo até que a alma voltasse para a vida. Assim foram construídas mastabas, pirâmides e hipogeus ricamente adorados.

Fonte de pesquisa: Disponível em Wikipédia.

BIBLIOGRAFIA:





Atlas Geográfico Mundial - Folha de São Paulo, 1994 – São Paulo.
O Egito – Mitos e Lendas, Alain Quesnel, Jean-Marie Ruffieux , Jean-Jacques e Yves Chagnaud. Editora Ática, 1994 – São Paulo.
Egypt – Simonetta Crescimbene e Patrizia Balocco. Tiger Books International PLC, 1994 – England.
Egito – O Incrível Mundo da National Geographic Society. O Estado de São Paulo.
Almanaque Abril – A Enciclopédia em Multimídia. Abril Multimídia, 1995 – SP.
Mistérios do Desconhecido – Lugares Místicos. Abril Livros LTDA / TimeLife, 1991 – Rio de Janeiro.
História em Revista – A Era dos Reis Divinos – (3.000 - 1.500 a.C.). Abril Livros LTDA, 1991 – RJ.
Knopf Guides – Egypt. Copyright® 1995 Alfred A. Knopf, Inc., New York
Egito Mania/ O fascinante mundo do Antigo Egito
CASTEL, Elisa - Gran Diccionario de Mitología Egipcia. Madrid: Aldebarán, 2001. ISBN 8495414147
Dicionário do Antigo Egipto. Direcção de Luís Manuel de Araújo. Lisboa: Editoral Caminho, 2001. ISBN 9722114476.


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