Ritmo Zaar.
O Zaar, mais do que um estilo, é
uma expressão religiosa, um ritual. O ritmo - Ayoub - usado para promover o
transe desta dança, também pode ser conferido em rituais afro religiosos, como
o candomblé e serve para afastar maus espíritos.
O ritual Zaar é feito
exclusivamente por mulheres, os homens - músicos ou ajudantes nos sacrifícios -
participam para entoar o ritmo Ayoub, enquanto elas movimentam a cabeça,
jogando os cabelos, até entrar em transe e cair no chão, e assim se libertar dos
espíritos ruins. Por rechaçar tais espíritos causadores de males, o Zaar é
considerado uma dança de cura através da conciliação dos espíritos em seu
corpo. Logo, o Zaar não é um exorcismo, pois os espíritos não deixam as
mulheres que dançam, apenas se "acomodam".
Existe todo um aparato para a
realização deste ritual, como a roupa branca e o perfume da mulher que entrará
em transe (o perfume como oferenda), e até sacrifício de animais (desde
galinhas até camelos, se a mulher for rica) para ser consumido pelos
participantes. Dessa forma, o Zaar, como ritual, é algo bem diferente daquele
praticado para a dança do ventre, pois carrega uma simbologia e uma
religiosidade fortíssima, que não deve ser menosprezada. Por causa dessa forte
ligação com a magia, o ritual Zaar é proibido nos países islâmicos, o que não
impede a sua realização em meios privados, uma vez que é uma tradição familiar
(passada de mãe para filha), e que muitos acreditam ser necessária para a cura
de enfermidades.
Na dança do ventre, o estilo Zaar
aparece na utilização dos passos usados para as mulheres entrarem em transe.
Neste caso não há teor religioso, apenas se marca o ritmo Ayoub com o estilo
Zaar, sem a intenção ritualística: a dançarina joga a cabeça pros lados e a
gira, podendo também usar movimentos pélvicos e de braços.
Fonte de pesquisa: Dança do Ventre Brasil.
Comentários
Postar um comentário